Conhecer o público visitante: uma ação concreta para a popularização da ciência

Dirce Pranzetti
clicar@eciencia.usp.br
Maria Cecília Toloza
Estação Ciência/Universidade de São Paulo
Brasil

Conhecer o perfil do público visitante de um centro de ciências constitui-se em esforço fundamental a ser realizado pelas instituições que têm como missão a popularização da ciência.
Ao indicar os caminhos no atendimento, inclusive com o intuito de planejar exposições e desenvolver atividades educacionais complementares, torna-se importante ação, ao ativar programas e formas de recepção e acolhimento que possibilitem um maior engajamento do público.

Em um contexto peculiar de um centro de ciências interativo – Estação Ciência/Universidade de São Paulo - encravado em local de considerável acesso de segmentos populacionais em desvantagem social, vinculado a instituição pública de ensino e com visitação gratuita, busca-se através dos dados de origem – local de moradia ou local principal de permanência na rua – de crianças e jovens que freqüentam um projeto de inclusão social - Projeto Clicar - olhar e compreender a trajetória que os leva pela cidade até o centro de ciências.

O perfil de crianças jovens e que freqüentam o Clicar, vêm sendo colhidos desde o início do projeto (1996) e estão sendo atualmente sistematizados em um banco de dados informatizado e construído segundo as necessidades do projeto.

Em 2002, tendo como referência o Mapa de Exclusão / Inclusão Social, construído por pesquisadores da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, obtivemos na leitura desses dados, a situação social dos distritos de origem das crianças e jovens que freqüentam o Clicar, constatando-se que a maioria advêm das regiões de maior exclusão social.

Olhar essa trajetória possibilita uma aproximação maior com o visitante e permite compreender que a apropriação de um espaço público, no caso particular desse centro de ciências, pode estar diretamente relacionado a integração desse espaço no circuito cotidiano de circulação pela cidade. Uma trajetória que, nem sempre pode representar um significado preciso com relação a busca por aprender ciências ou por novos conhecimentos.

De onde vêm e porque vêm os visitantes ao centro de ciências? O fato de crianças e jovens atravessarem grandes distâncias, da periferia absoluta a periferia do centro da cidade, dos bolsões de miséria até um centro de ciências, cria a oportunidade de fazer da Estação Ciência e em especial do Projeto Clicar, um espaço que funcione como uma ponte real entre equidade e educação, oportunidade e aprendizados significativos, desejo e concretização de desejos, atenção, respeito e escuta na relação com um público que demonstra ter descoberto o prazer de aprender e de descobrir suas potencialidades pessoais e seu direito a cidadania.

 

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